terça-feira, 20 de novembro de 2012

A realidade contrastante


A realidade contrastante
Ávido por alimentar meu cérebro com uma boa leitura matinal optei por passar o olho em um jornal, no qual pudesse ter acesso as informações diárias. Foi então que pude me deparar com uma imagem que chamou muito minha atenção. Na verdade, foram duas imagens sobrepostas. Essas imagens, que hora apresento neste blog, retratam bem a realidade de mundo que vivemos.
            Podemos, de forma compartilhada, expressar alguns comentários que pude visualizar nessas fotografias.
            Nas duas imagens, observamos a presença marcante de pessoas. No entanto, essas pessoas nos mostram aspectos diferentes em suas fisionomias. Na primeira imagem vemos seus rostos de alegria e contentamento, já na outra imagem contemplamos semblante de desolação e desespero.
            Na primeira imagem, um grupo de atletas sorrindo alegres, desejosos por comemorar uma vitória que marcaria suas vidas. Na outra imagem um grupo de lutadores pela vida, tristes e apreensíveis, talvez se perguntando: o que está acontecendo?
            Ainda assim, a primeira foto/imagem mostra esses homens ávidos por segurar uma taça.  Instrumento de desejo que os levou a lutar durante todo um certame, que por fim conseguiram. Já na outra imagem, podemos ver, mãos que seguram um corpo, corpo de uma criança.
            As mãos da taça têm muito com o que se alegrar. As mãos que seguram o corpo (corpo da criança) não têm nada para comemorar, mas muito para lamentar.
            Essa taça será posta numa sala onde muitos poderão ver e até tocar. No entanto, aquele corpo (corpo de uma criança) será posto, se tiver, numa cova funda, onde seus familiares não poderão estar, e nem poderão vê-lo nem tocá-lo.
            A taça é um material perecível. A vida (vida de uma criança) não! 
            No próximo campeonato terá mais um troféu como esse. Certamente  vários competidores lutarão por conquistá-lo. Amanhã não teremos mais essa criança para nos dar troféus, pois ela já é o nosso troféu
            Conforme expressa o poeta Cesar Passarinho:
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços

             Essas reportagens são separadas por apenas um traço.  Traço de insensatez.
                                             




Musica do Cesar Passarinho
Não Há Pandorgas No Céu
Quando morre um menino
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços
Quando morre um menino
Chora as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Vivos melões e pitangas
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem

Quando morre um menino
Tem o pão gosto de ferro
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu
                            
GIDEONE PIMENTEL                                                                     

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